Maria Simma |
Maria Ágata Simma, nasceu no dia 5 de fevereiro de 1915 em Sonntag
(Vorarlberg). Sonntag está situado no extremo dde Grosswalsertal, a
cerca de 30 km a este de Feldkirch, na Austria. O pai de Maria Simma,
José Antônio, era filho do proprietario da pensão do Leao (Lówe), que se
chamava também José Antônio e sua esposa Anna Pfisterer di Sonntag.
Por muitos anos trabalhou como porteiro, depois como camponês do seu irmão Johann Simma, agricultor a Bregenz, onde conheceu Aloisa Rinderer, filha de um funcionário da ferrovia que Johann pegou com ele e a cresceu. José se casou com ela mesmo que entre eles houvesse uma diferença de 18 anos de idade. Foram morar nos arredores de Sonntag. Durante a primeira guerra mundial trabalhou como carteiro, depois como lixeiro e camponês, depois se aposentou. Com a sua esposa e os seus oito filhos foi morar em uma velha casa que lhe foi dada em testamento da um bom velho, Franz Bickel, mestre marceneiro.
Devido à grande pobreza da família, os filhos, ainda muito jovens, tiveram que ir trabalhar para ajudar no sustento da família: os rapazes como operários e as moças como baby sitters. Maria Simma foi, desde a juventude, muito pia e frequentou assiduamente os cursos de instrução religiosa dados pelo seu sacerdote, dott. Kari Fritz. Despois da escola primária partiu para a Svevia, mais tarde para Hard, Nenzing e Lauterach. Queria ser freira, mas em três vezes se viu mandada a casa por causa da sua constituição frágil.
O seu enxoval para o convento o tinha uma parte já mendigado e parte o tinha ganho sozinha. Por três anos ficou ao servicio em Feldkirch, na casa de S. José. Depois que foi embora de Gaissau ficou em casa com seu pai e tomou conta da igreja. Com a morte do pai em 1947, viveu sozinha. Para poder se sustentar se ocupava de jardinagem. Vive de pobreza e vem ajudada por pessoas caridosas.
A sua permanência por três vezes no convento, a formaram e a fizeram progredir espiritualmente, preparando-a assim ao seu apostolado em favor das almas do purgatório. A sua vida espiritual é caracterizada pelo amor filial para com a Santíssima Virgem e do desejo de socorrer as almas do purgatório, mas também de ajudar com todos os meios, as Missões.
Ela fez um voto à Madona doando a sua virgindade e fez a consagração à Maria do Santo Grignon de Montfort, em favor, sobretudo, dos defuntos, e se ofereceu a Deus, fazendo-lhe o voto como "vítima" de amor e de expiação.
Maria Simma encontrou a vocação que Deus designou a ela: ajudar as almas do purgatório com a oração, o sofrimento expiatório e o apostolado. Na época do Nazismo ajudou a preparar as crianças à confissão e ao catequismo da primeira comunhão, dando a eles uma instrução religiosa complementar e demonstrando, nesta missão, um verdadeiro talento e uma grande destreza.
Por muitos anos trabalhou como porteiro, depois como camponês do seu irmão Johann Simma, agricultor a Bregenz, onde conheceu Aloisa Rinderer, filha de um funcionário da ferrovia que Johann pegou com ele e a cresceu. José se casou com ela mesmo que entre eles houvesse uma diferença de 18 anos de idade. Foram morar nos arredores de Sonntag. Durante a primeira guerra mundial trabalhou como carteiro, depois como lixeiro e camponês, depois se aposentou. Com a sua esposa e os seus oito filhos foi morar em uma velha casa que lhe foi dada em testamento da um bom velho, Franz Bickel, mestre marceneiro.
Devido à grande pobreza da família, os filhos, ainda muito jovens, tiveram que ir trabalhar para ajudar no sustento da família: os rapazes como operários e as moças como baby sitters. Maria Simma foi, desde a juventude, muito pia e frequentou assiduamente os cursos de instrução religiosa dados pelo seu sacerdote, dott. Kari Fritz. Despois da escola primária partiu para a Svevia, mais tarde para Hard, Nenzing e Lauterach. Queria ser freira, mas em três vezes se viu mandada a casa por causa da sua constituição frágil.
O seu enxoval para o convento o tinha uma parte já mendigado e parte o tinha ganho sozinha. Por três anos ficou ao servicio em Feldkirch, na casa de S. José. Depois que foi embora de Gaissau ficou em casa com seu pai e tomou conta da igreja. Com a morte do pai em 1947, viveu sozinha. Para poder se sustentar se ocupava de jardinagem. Vive de pobreza e vem ajudada por pessoas caridosas.
A sua permanência por três vezes no convento, a formaram e a fizeram progredir espiritualmente, preparando-a assim ao seu apostolado em favor das almas do purgatório. A sua vida espiritual é caracterizada pelo amor filial para com a Santíssima Virgem e do desejo de socorrer as almas do purgatório, mas também de ajudar com todos os meios, as Missões.
Ela fez um voto à Madona doando a sua virgindade e fez a consagração à Maria do Santo Grignon de Montfort, em favor, sobretudo, dos defuntos, e se ofereceu a Deus, fazendo-lhe o voto como "vítima" de amor e de expiação.
Maria Simma encontrou a vocação que Deus designou a ela: ajudar as almas do purgatório com a oração, o sofrimento expiatório e o apostolado. Na época do Nazismo ajudou a preparar as crianças à confissão e ao catequismo da primeira comunhão, dando a eles uma instrução religiosa complementar e demonstrando, nesta missão, um verdadeiro talento e uma grande destreza.
Para entender melhor essa relacao entre Simma e as almas do purgatório, colocarei uma parte de um texto tirado do livro "O MARAVILHOSO SEGREDO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO" - Editrice Shalom(Ancona). Este livro foi escrito por Irma Emmanuel da
comunidade das bem-aventuranças residente em Medjugorje. Este livro já foi
vendido milhões de cópias em todo o mundo e é uma entrevista
importantíssima feita a Maria Simma,essa senhora austríaca, que desde sua
infância foi incumbida por Deus de uma bela missão, rezar e dialogar com
as almas do purgatório. Tudo isto de acordo com a doutrina da Igreja
Católica subordinada ao seu diretor espiritual e ao bispo local. Segue
abaixo o texto:
Ir. Emmanuel(a esq.) e Maria Simma |
APRESENTAÇÃO DA
ENTREVISTA
“As almas do purgatório me disseram... “
Uma alma mística ainda viva, que hoje tem 81 anos, chamada
Maria Simma de Sonntag, nasceu na Áustria em 1915. Alma religiosa e
mística foi favorecida de um carisma não muito raro na história da Igreja
e das almas eleitas. Esta pobre senhora que estivera em três conventos
onde passou um período de tempo, passou muito tempo ignorada segundo os
planos de Deus e encontrou, pouco a pouco, sob a guia do seu Diretor
espiritual, Pe. Alfonso Matt, a estrada da sua verdadeira vocação: o
apostolado em favor das almas do purgatório e o seu testemunho não pode
deixar de nos convencer. Maria Simma, há mais de 50 anos, é visitada
pelas almas do purgatório. E que coisas dizem essas almas? Dão
advertências e notícias, pedem sufrágio e falam do sofrimento que elas
passam no purgatório (mesmo esperando alegremente encontrar-se cedo ou
tarde no abraço de Deus); revelam aos vivos a imensa possibilidade que
esses têm de aliviar o sofrimentos dos defuntos e de receberem em troca
inumeráveis benefícios e ajuda para esta vida e a outra. O testemunho de
Maria Simma tem como objetivo nos fazer refletir sobre os “novíssimos”
(realidades futuras que nos aguarda após a morte) e quem sabe poderá
ajudar-nos a mudar os nossos hábitos e começarmos a viver de uma maneira
diferente, segundo a vontade de Deus. Sabemos que são muitos os canais
que Deus se utiliza hoje para falar ao mundo, aos seus filhos, para
ajudá-los em suas necessidades espirituais. Aproveitemos esta leitura e
nos deixemos iluminar pelo Espírito Santo que age e fala através de seus
eleitos.
Pe. Matteo La Grua
COMO E PORQUE ESTA ENTREVISTA
Há algum tempo tive a ocasião de ler com grande interesse um
livro sobre as almas do purgatório. Fiquei muito comovida porque falava de
testemunhos recentíssimos no qual explica muito bem a doutrina da Igreja
sobre tal assunto.
Trata-se de um livro de Maria Simma, uma alma mística
austríaca de título: “As almas do purgatório me disseram ...”
Escrevi subitamente à editora que me respondeu que Maria
Simma ainda é viva.
Entrei em contato com ela. E ela aceitou encontrar-se comigo
e responder às minhas numerosas perguntas.
Estava radiante de alegria, porque todas as vezes em que eu
tinha ocasião de falar na Igreja ou em qualquer conferência sobre as almas
do purgatório, havia sempre constatado o interesse imenso e incrível da
parte dos meus ouvintes. Esses, muitas vezes me pediram para continuar a
falar e, se eu resolvia acabar, insistiam dizendo: “conta-nos ainda
qualquer coisa sobre estas almas”. Via bem que isto correspondia a um
desejo muito vivo e de uma sede de saber que coisa acontece a todos nós
depois da morte. Preciso dizer que estas coisas não são mais ensinadas
nas paróquias, na catequese dominical, nas salas paroquiais; praticamente
quase não se fala. Se bem que existe uma ignorância difundida sobre tal
assunto, e também uma certa angústia frente a ouvir aquilo que são as
realidades ultra-terrenas. O presente livro tem o objetivo não só de
ajudar a colocar à parte tal angústia, que não tem motivo de existir no
que diz respeito ao purgatório, mas, também, espero esclarecer e fazer
compreender que na realidade o projeto de Deus sobre nós é verdadeiramente
um projeto magnífico, esplêndido, verdadeiramente entusiasmante; e
agora, nós temos nas nossas mãos um poder imenso sobre esta terra: o
poder de dar a felicidade às almas dos nossos defuntos; como também, o
poder de encontrarmos, nós mesmos, esta felicidade na nossa vida
individual.
QUEM É MARIA SIMMA
Maria Simma tem hoje 84 anos e vive só na sua casa de Sontag, uma bela
cidade nas montanhas de Vorarlberg, na Áustria, foi lá que eu a
encontrei.
Quem é então Maria Simma?
Uma simples camponesa que desde a sua infância reza muito
pelas almas do purgatório. Na idade de 25 anos recebeu de Deus um carisma
muito particular na Igreja e também muito raro: o carisma de ser visitada
pelas almas do purgatório. É uma católica fervorosa e também de uma
grande humildade que me comoveu, de uma extrema simplicidade. Neste seu
apostolado foi muito encorajada pelo seu pároco e também pelo seu Bispo,
como veremos mais adiante. Mesmo com o aspecto extraordinário do seu
carisma, ela vive pobremente, propriamente na indigência. Por exemplo,
no lugar onde ela me acolheu (era eu a intérprete), tinha apenas um
espaço para girar em torno da cadeira que ela havia me oferecido...
Carisma extraordinário? Sim, mas que na realidade tem as suas
raízes na História da Igreja; de fato são numerosos os santos (canonizados
ou não) que exercitaram este carisma. Citarei, por exemplo, Santa
Gertrudes, Santa Catarina de Gênova, que escreveu muito a esse
respeito, Maria Ana de Jesus, Santa Margarida Maria de Paray-le-Monial,
que teve a visão do sagrado coração, o Santo Cura D’Ars, São João Bosco,
a bem-aventurada Miriam di Bethleem, Natuzza Evolo da Pavarati, Don
Giuseppe Tomaselli, e outros... poderia-se escrever um livro sobre este
assunto. Mas quando nos firmamos nos ensinamentos destes santos, vemos
bem que todos eles dizem propriamente a mesma coisa. Maria Simma, da
sua parte faz reviver na realidade o belo testemunho de todos eles. Eis
porque eu não hesitei em interrogá-la, dado que ela teve sorte de viver no
nosso tempo. E assim é palpável. Eu poderia então pensar por que não
poderia “enchê-la” de perguntas? O problema é que ela não fala nenhuma
palavra em francês e por isto tive que servir-me de uma intérprete.
Para não estender muito este livro, em parte referir-me-ei eu
mesma, resumindo, as respostas de Maria Simma, em parte reproduzirei a
tradução de suas palavras.
Ajuntarei aqui e ali os meus comentários pessoais.
Ir. Emmanuel Maillard
PARTE 1
ENTREVISTA
A MARIA SIMMA
Uma
vocação especial
Emmanuel:
Maria , poderia nos falar alguma coisa da tua infância e da
tua vocação?
Ir.
Emmanuel: Como nasceu em ti o amor pelas almas do Purgatório?
Maria: As
almas do Purgatório são almas de pessoas que já morreram, mas que ainda
não foram para o céu. São chamadas também de santas almas ou almas
eleitas, termo biblicamente mais correto do que pobres almas, também, se
de qualquer modo, definimos "pobres" , é correto, porque depende
cem por cento de nós: os pobres dependem completamente uns dos outros.
Minha
mãe Maria;
Minha mãe teve sempre uma atenção toda particular pelas almas do
Purgatório e eu também, desde os primeiros anos de escola, fazia muito por
elas. Mais tarde decidi que por elas eu faria qualquer coisa, assim quando
terminei a escola pensei: " Bem, irei para o convento, talvez Deus
queira isso de mim". Assim, aos 17 anos entrei para o convento do
Sagrado Coração de Jesus em Tirolo, mas em apenas seis meses me disseram:
" para ser sincera, tu és muito delicada de saúde para estar conosco".
Veja só, há oito anos tive uma pleurite e pulmonite e por isso era
ainda delicado. Depois de um ano portanto deveria ir-me. Mas a madre
superiora na hora de despedir-se disse-me: " estou segura que tu és
chamada à vida religiosa. Porém, penso que deves esperar alguns anos até
que tu se recupere da tua saúde , e depois tu poderás procurar uma ordem
religiosa menos severa, talvez uma de clausura". Depois desse dia eu disse
a mim mesma: " ou clausura ou nada. Não, não
quero esperar, quero ir logo".
O
segundo convento que fiz experiência foi os das Domenicanas de Thalbech
vizinho a Bregenz. Depois, apenas passados oito dias me disseram:
"tu és muito frágil fisicamente para nós, não podes ficar". Retornei
para casa. Depois de algum tempo ouvi falar das irmãs missionárias. E
pensei: " a missão, é isso que eu desejo! Agora entendo porque as
outras duas ordens não haviam me preenchido". Assim pedi para ser
admitida no instituto das Irmãs Franciscanas de Gossau, na Suíça. " sim
podes vir". Esta foi a resposta.
Ao entrar nesse
Instituto deveria dizer que já havia estado em outras duas ordens e que eu
fora rejeitada. O resultado foi que como sempre me deram os trabalhos mais
duros para desenvolver. As outras candidatas me diziam: "porque faz
tudo sozinha? Nós nos recusaríamos". " Estais vendo!". Respondi.
"o Senhor me ajudará, está bem assim? Farei tudo aquilo que pedirem".
Depois um dia, as irmãs me disseram: "hoje tu podes ficar aqui e fazer
um trabalho menos fadigoso". Então pensei: " isto significa que
devo sair ou que viram que posso fá-lo!". Mas quando vi a mestra das
candidatas descer a escada olhando-me com compaixão, então compreendi
imediatamente: " Oh! Oh! devo retornar à casa!" De fato, se
aproximou de mim e disse: " devo falar-te". " sim, eu sei, devo
ir embora não é verdade? ". "Mas quem te falou? ". "Oh! Eu entendi
olhando-a". "Sim, és muito delicada para nós".
Finalmente
compreendi: se não posso estar ali, não poderei estar em nenum outro
convento, porque não era, evidentemente, a vontade de Deus. Devo dizer que
naquele momento a minha alma começou a sofrer muito. Era impaciente e
dizia à Deus: "será tua culpa ó Deus, se não fizer a tua vontade!".
Não sabia porém, que não devia cobrar este milagre de Deus. Era ainda
muito jovem . Desejava muitas vezes que Deus me mostrasse o que ele queria
que eu fizesse, mas não era capaz de entedê-lo. Esperava, ou melhor,
queria sempre encontrar alguma coisa escrita à mão.
rezava muito por elas,
dedicava à elas muitas ações que fazia com amor, guardando-as sempre no
coração. Dizia muitas vezes a nós crianças, que se precisássemos de
qualquer ajuda, deveríamos pedir as almas do Purgatório, porque são elas
que te ajudam, por terem por nós um profundo sentimento de gratidão. Minha
mãe era muito devota de São João Vianney, o conhecido Curad'Ares e ia
freqüentemente a ARS em peregrinação. Sou quase certa que minha mãe
também, de qualquer modo encontrava-se com as almas do Purgatório, mesmo
que nunca tenha dito para nós seus filhos.
E assim, quando
iniciou-se minhas experiência no ano de 1940, compreendi logo que era isto
que Deus queria de mim. A primeira veio até mim, quando tinha 25 anos.
Até aquele momento o Senhor havia feito-me esperar.
Ir Emmanuel:
Tu dissestes: "a primeira alma veio à mim". Ela veio à tua casa?
Maria: Sim, e
assim continuou a acontecer daquela data em diante. Na verdade. em 1940,
quando teve início esses fenômenos, até 1953 vinha somente duas ou três
almas ao ano, e um pouco mais no mês de novembro ( mês dedicado às almas
do Purgatório). Neste ano trabalhava em casa com as crianças, também
trabalhei como doméstica em uma propriedade rural na Alemanha e
sucessivamente em uma cidade aqui vizinho. Durante o ano mariano de 1954,
todas as noites começaram a me aparecer diversas almas.
Devo admitir, que por
isto, sou bastante grata a Deus, que com este empenho a minha saúde teve
uma grande melhora, mesmo se aqui e acolá tenho uma recaída. Muitas vezes
agradeço o Senhor por não Ter permitido que eu entrasse num convento! Deus
dá sempre o que precisamos para fazer a sua vontade.
Há diversos anos
viajo e tenho conferências. Uma senhora é que organiza e me leva em seu
carro. Me telefona e me diz: "está bem para ti nesse ou naquele dia,
nesta ou naquela cidade? ". A primeira vez, para dizer a verdade,
fiquei confusa e não pude ir, porque havia um compromisso com uma pessoa
que viria aqui no mesmo dia em que eu havia marcado a conferência. Esta
conferência foi muito bem aceita de uma maneira parcial, mas tive alguns
problemas com sacerdotes de impostação moderna. Os cristãos de uma certa
idade e os sacerdotes mais antigos crêem em tudo aquilo que digo.
Ir. Emmanuel:
Pensas que sejas a única a ter esta experiência?
Maria: Eu
sempre desejei doar a minha vida ao Senhor, e a oração se tornou muito
importante; eu rezo muito e faço muitas outras coisas pelas almas do
Purgatório. Eu também fiz um voto a Nossa Senhora para ser uma alma que se
oferece de um modo particular pelas almas. Sim, seguramente tudo tem uma
razão.
Ir. Emmanuel:
Que estudos fizestes?
Maria: Eu
terminei a escola obrigatória, aquela pedida pelas leis da época. Nós
éramos pobres.
Ir. Emmanuel:
Quantos anos tinhas quando deixastes a escola?
Maria: Me
deixe pensar. Tinha onze anos, não doze. Sim, agora me recordo muito bem.
Quando deixei definitivamente de ir à escola tinha doze anos.
Ir. Emmanuel:
Como era composta a tua família?
Maria: Eu sou
a Segunda de oito filhos, o que não nos permitia de continuar a estudar
depois dos estudos elementares. Me recordo que muitas vezes o nosso almoço
e a nossa janta consistia só em pão e uma simples sopa.
Ir. Emmanuel:
Maria, tu podes nos contar como foste visitada pela primeira vez pelas
almas do purgatório?
Maria:
Sim, foi em 1940 de noite, das 03 às 04 horas da madrugada. Ouvi
alguém andando no meu quarto. Isto me fez acordar. Olhei para ver quem
poderia ter entrado.
Ir. Emmanuel:
Tiveste medo?
Maria:
Não, eu não sou por nada medrosa. Quando era pequena, minha mãe dizia
que eu era uma criança particular, porque jamais senti medo.
Ir.
Emmanuel:
E então naquela noite? Conte-nos!
Maria: Oh,
vi que era um estranho. Andava lentamente. Perguntei-lhe com tom severo:
Como entraste aqui? Que coisa perdeste? Mas ele continuava a caminhar
como se nada tivesse escutado. Então eu lhe perguntei de novo: “Que fazes
tu?!...”. Mas como ele continuava a não me responder, me levantei de um
salto para segurá-lo, e toquei no nada... o homem havia desaparecido...
Então tornei à cama e de novo comecei a senti-lo andando. Perguntava-me
por que via aquele homem, e por que não podia tocá-lo. Outra vez me
levantei para segurá-lo e para fazê-lo parar de caminhar. Outra vez
esbarrei no nada. Fiquei perplexa e tornei à cama. Ele não tornou
novamente, mas naquela noite não consegui mais dormir. Pela manhã, depois
da missa, fui encontrar-me com meu Diretor Espiritual e contei-lhe o que
me acontecera. Ele me disse: “Se tudo acontecer uma outra vez, não
perguntes: quem és. Mas pergunte, que coisa queres e desejas?”
Na noite seguinte o homem retornou.
Era
o mesmo da noite passada, e eu lhe perguntei: “Que coisa queres de mim?
“.
Ele me respondeu: “Manda celebrar três missas por mim e eu serei
libertado”. Então compreendi que era uma alma do purgatório.
O
meu Diretor Espiritual me confirmou.
Aconselhou-me
a não rejeitar as almas do purgatório, mas de acolher com generosidade
aos seus pedidos.
Ir. Emmanuel:
E depois as visitas continuaram?
Maria: Sim,
por alguns anos vinham três ou quatro almas, sobretudo no mês de novembro
e em seguida vieram mais e mais.
Ir. Emmanuel:Que
coisa te pedem essas almas?
Maria:
Muitas vezes me pedem para celebrar missa por elas e a assisti-las;
pedem para rezar o Santo Rosário e também a Via-Sacra em suas intenções.
QUE COISA É O PURGATÓRIO
Sobre este ponto nos fazemos uma pergunta, a pergunta fundamental: Que
coisa é exatamente o purgatório?
Posso dizer que é uma invenção genial da parte de Deus. E aqui eu queria
propor-vos uma imagem que vem a mim.
Suponhamos que um dia se abra uma porta e que apareça um ser
extraordinariamente belo, de uma beleza tal que não haveis jamais visto
sobre a terra. Ficaríeis fascinados, atônitos por esse ser de luz e de
beleza, tanto mais que Ele demonstra ser totalmente enamorado de vós
(coisa que não haveis mais imaginado); Lembrai-vos, também, que Ele tem
um grande desejo de atrair-vos a si, de abraçar-vos; e o fogo do amor que
queima já no vosso coração vos faz certamente precipitar-vos entre os seus
braços. Mas eis que vos dai conta, neste momento, que não sois lavados
há meses, que tendes um mal cheiro, que vos sentis horrivelmente feios;
tendes os cabelos em desalinho, horríveis manchas sobre os vossos vestidos
etc ... etc... Então vós mesmos direis: “Não, não é possível que eu me
apresente neste estado! É preciso que eu primeiro vá me lavar, tome um
banho e depois tornarei a vê-lo! ... “.
Mas eis que o amor que nasceu nos vossos corações é tão intenso, tão
forte, tão ardente, que essa demora devido ao banho é absolutamente
insuportável, e a mesma essência da dor, também dura só por poucos
minutos, é um ardor atroz no coração. E certamente esse ardor é
proporcional à intensidade da revelação do amor: é uma chama de amor...
O
purgatório é exatamente isto. É um retardamento imposto às nossas,
imperfeições, uma demora antes do abraço de Deus, uma chama de amor que
faz sofrer terrivelmente; uma espera, uma nostalgia de Deus e do seu amor.
É precisamente esta chama de amor que queima e purifica tudo aquilo que
é impuro em nós. Ousaria dizer que o purgatório é um lugar de desejo,
desejo de Deus. Na prática o purgatório é uma grande crise, uma crise que
nasce da falta de Deus.
Mas sobre isto eu pedi a Maria para ser precisa neste ponto
fundamental:
Ir.
Emmanuel:
Maria, as almas do purgatório experimentam
alegria e esperança em meio aos seus sofrimentos?
Maria:
Sim, nenhuma alma quer voltar do purgatório para
a terra, porque essas já têm o conhecimento de Deus infinitamente superior
ao nosso e não querem mais retornar às trevas deste mundo.
Eis,
então, a grande diferença entre o sofrimento do purgatório e o da terra:
no purgatório, também, se a dor da alma é terrível, a certeza que se tem
de viver com Deus é assim tão forte e incontrolável que a alegria desta
certeza ultrapassa a dor; e por nada no mundo aquelas almas desejam tornar
a viver sobre a terra onde, no fim das contas não se tem mais segurança
de nada.
Ir.
Emmanuel:
Maria, agora tu poderias nos dizer se é Deus quem
manda uma alma ao purgatório ou se, ao invés, são
elas mesmas que decidem ir para lá?
Maria:
São elas mesmas que decidem ir para purgatório para se purificarem
antes de entrar no paraíso.
Mas aqui é
preciso dizer que as almas que se encontram no purgatório aderem
perfeitamente a vontade de Deus; por exemplo; se compadecem e desejam o
nosso bem; sentem muito amor por Deus e por nós, que ainda estamos sobre
a terra. Estas almas estão perfeitamente unidas ao Espírito de Deus, ou se
desejam a luz de Deus.
Ir.
Emmanuel:
Maria, no momento da morte se vê Deus em plena luz ou de maneira
confusa?
Maria:
Ainda de uma maneira confusa, mas mesmo assim é com tanta clareza que
basta certamente para sentir saudades de Deus.
Certo, é uma luz resplandecente, em confronto com as trevas
deste mundo; mas é no purgatório, onde a alma tem a luz do conhecimento
do céu. Do resto, a tal respeito, podemos fazer uma reflexão com a
experiência de que se fala o livro – A vida, outra vida: para muitas
daquelas pessoas que, de um estado de pré-morte (pré-coma, ataque cardíaco
e outros), viram qualquer coisa do outro lado, e ficaram fascinados por
aquela luz, era uma verdadeira agonia retornar à comum existência sobre a
terra, depois daquela experiência.
NOSSA SENHORA E O PURGATÓRIO
Ir. Emmanuel:
Maria, podes nos dizer qual o papel de Nossa Senhora com respeito às
almas do purgatório?
Maria:
Sim, Ela vem, muitas vezes, consolar as
almas, dizendo que elas fizeram bem tantas coisas e as encoraja.
Ir. Emmanuel:
Existem dias particulares nos quais Nossa Senhora liberta essas almas?
Maria:
Sim, sobretudo nos dias de Natal, dia de Todos os Santos, às
sextas-feiras santas e também na festa da Assunção e da Ascensão de Jesus.
PORQUE O PURGATÓRIO
Ir. Emmanuel:
Maria, por que se vai ao purgatório? Quais são os pecados que fazem com
que as almas vão para lá com mais freqüência?
Maria:
São os pecados contra a caridade, contra o amor
ao próximo, a dureza de coração, a hostilidade, a calúnia, sim, todas
essas coisas... porém, a maledicência e a calúnia são as mais graves, que
necessitam de uma longa purificação.
Maria, a tal propósito, nos conta um exemplo que lhe tocou
muito, e é um testemunho que vos quero recontar. Trata-se de um homem e de
uma mulher dos quais a família havia pedido informações, se estavam no
purgatório.
Para grande alegria daqueles que haviam pedido, a mulher já
estava no paraíso e o homem no purgatório. Mas, na realidade, aquela
mulher morrera depois de haver feito um aborto, e o homem andava muito na
Igreja e levava uma vida com aparência digna e piedosa. Os dois morreram
coincidentemente, contemporaneamente, porém, a mulher havia se
arrependido sinceramente de tudo o que havia feito, ela fora muito humilde
e o homem, ao contrário, mesmo sendo muito religioso, criticava tudo e
todos, estava sempre a lamentar-se , e a falar mal das pessoas e
criticá-las. Eis porque o seu purgatório foi muito longo. Por isso eu
concluí: “não devemos julgar segundo as aparências”. Outros pecados
contra a caridade são certamente todas as nossas repulsas por certas
pessoas que não amamos, nossa resistência em fazer as pazes, a falta de
perdão e todos os rancores que guardamos no coração.
Maria nos
revelou um testemunho que nos faz refletir. É a história de uma pessoa
que ela conhecia muito bem. Esta pessoa morreu. Era uma mulher e se
encontrava no purgatório mais terrível, com sofrimentos verdadeiramente
terríveis. E quando esta veio a Maria Simma, Maria lhe perguntou o porquê;
e esta alma lhe disse: “foi porque eu tive uma amiga, sim, uma amiga com a
qual tinha uma inimizade muito grande; e esta inimizade foi causada
por ela mesma e ela conservou este rancor por anos e anos; e quando a sua
amiga vinha pedir para fazer as pazes com ela, reconciliar-se, todas as
vezes ela negou; e quando caiu gravemente doente, continuou com o coração
fechado, negando reconciliar-se com a sua amiga; e no leito da morte
aquela sua amiga veio suplicar-lhe para fazer as pazes, mas também sobre
o leito da morte ela havia negado. E eis o motivo por que agora se
encontrava no purgatório extremamente doloroso e por isto veio a pedir
ajuda a Maria Simma. Este testemunho é muito significativo sobre a
gravidade de guardar rancor. Devemos guardar as palavras, não criticar,
não dizer palavras malévolas que podem verdadeiramente matar, ao contrário
de uma palavra boa que pode curar.
COMO EVITAR O PURGATÓRIO
Ir. Emmanuel:
Maria, pode-nos dizer quais são aquelas que têm maior possibilidade de
ir ao paraíso?
Maria:
São aquelas que têm o coração bom. Um coração bom para com todos. A
caridade cobre uma multidão de pecados. Sim, é São Paulo quem nos diz.
Ir. Emmanuela:
E quais são os meios que nós podemos ter aqui na terra para evitar o
purgatório e ir diretamente ao céu?
Maria:
Devemos fazer muito pelas almas do purgatório, porque são essas que nos
ajudam sempre. É preciso ter muita humildade. É esta a maior arma contra o
malígno. A humildade elimina o mal.
Sobre este ponto não resisto ao desejo de contar-lhes um
belíssimo testemunho do Padre Berlioux (que escreveu um maravilhoso livro
sobre as almas do purgatório); e ele nos fala da ajuda oferecida por essas
almas àqueles que as ajudam com suas orações e sacrifícios; ”uma pessoa
particularmente amiga das almas do purgatório havia consagrado a própria
vida em sufrágio das mesmas, e chegando a hora da morte, ela foi
assaltada com furor pelo demônio e esse queria fazer-lhe medo. Era como
se todo o inferno estivesse encolerizado contra ela e a circundasse com a
sua corte infernal. Essa pobre alma lutava há muito tempo com um esforço
muito penoso, querendo livrar-se da presença do maligno, quando, de
repente viu entrar em seu apartamento uma multidão de pessoas
desconhecidas, mas resplandecentes de beleza, colocando em fuga o demônio
e chegando vizinho ao seu leito, lhe disseram palavras de encorajamento e
de consolo todo celestial. Emitindo um profundo suspiro e plena de
alegria, gritou: quem são vocês que estão me fazendo tanto bem? E aqueles
bons visitantes responderam: - nós somos habitantes do céu que com a tua
ajuda fomos conduzidos às bem-aventuranças, e por gratidão e
reconhecimento viemos te ajudar a desapegar-te desse lugar de angústia e
te introduzir na alegria da Cidade Santa. Com estas palavras, um sorriso
resplandeceu no rosto da moribunda. Os seus olhos se fecharam e ela
adormeceu na paz do Senhor. A sua alma, pura como uma pomba,
apresentou-se ao Senhor dos senhores, encontrou tantos protetores e
advogados que ela havia libertado com suas orações e sacrifícios. No céu,
entrou triunfante entre aplausos e bênçãos de todos aqueles a quem havia
libertado do purgatório. Possamos nós um dia termos esta graça! Sabemos
agora que estas almas libertadas do purgatório através de nossa oração são
extremamente reconhecidas e gratas. Eu vos aconselho vivamente a fazerem
esta experiência e estes vos ajudarão, pois conhecem os nossos desejos e
nos obtêm muitas graças.
Ir. Emmanuel:
Agora, Maria, lembro-me do bom ladrão, justo
aquele que estava junto a Jesus na cruz, e gostaria muito de saber que
coisa fez ele para que Jesus lhe prometesse que naquele mesmo dia estaria
com ele no paraíso?
Maria:
Ele aceitou humildemente o seu sofrimento dizendo
que era justo e encorajou o outro ladrão a aceitar também. Ele tinha o
temor a Deus, isto é, tinha humildade.
Um outro
belo exemplo contado por Maria Simma demonstra como um gesto de bondade
pode resgatar, em pouquíssimo tempo uma vida de pecado.
Escutemos
as próprias palavras de Maria:
" Sim, conheci um jovem que tinha
vinte anos. Habitava um lugarejo vizinho ao meu. Este lugar foi
duramente castigado por avalanches que mataram um grande número de
pessoas. Uma tarde quando esse jovem se encontrava na casa de seus pais,
aconteceu que, inesperadamente, veio um desabamento terrível vizinho à
sua casa. Ele ouvindo gritos de desespero e terror que clamavam por
socorro e ajuda, ele se levantou e foi prestar ajuda àquelas pessoas.
Mas eis que sua mãe, que ouvira também os gritos, quis impedi-lo de
passar. E fechando a porta da casa, disse: “Não! Os outros irão
socorrê-los, não nós! É muito perigoso aí fora. Não quero que seja um
morto a mais”. Mas o jovem, comovido pelos gritos daquela gente e
querendo socorrê-los, disse à sua mãe: “sim, eu vou! Não quero deixá-los
morrer assim!” E saiu. Mas eis que ele também, ao sair, foi soterrado
pela avalanche e morreu. Dois dias depois de sua morte, ele veio
visitar-me durante a noite e disse-me: “Manda celebrar três missas por
mim e serei libertado do purgatório.” Alguns de seus amigos disseram que
não queriam ser ele no momento da morte, pois esse jovem havia cometido
muitas coisas ruins. Mas aquele jovem, em seguida, me declarou: “Eu fiz
um grande ato de amor colocando em risco a minha vida por aquelas pessoas
e foi graças a isso que o Senhor me acolheu assim tão depressa no céu,
sim, a caridade cobre multidão de pecados”.
Neste episódio se vê como um só ato de amor desinteressado
foi suficiente para purificar este jovem de uma vida vivida no pecado; e
o Senhor aproveitou este momento de amor para chamá-lo a si. Maria, de
fato, nos disse que se esse jovem jamais na sua vida tivesse ocasião de
fazer um ato de amor assim tão forte, talvez tivesse se tornado um homem
malvado. E o Senhor, na sua infinita misericórdia, o chamou a si
exatamente no melhor momento, no momento mais puro por causa daquele ato
de amor.
É muito importante, quando se está à beira da morte,
abandonar-se à vontade do Senhor.
Maria também nos conta um caso muito belo de uma mãe de quatro
filhos que estava para morrer. Em vez de se revoltar e de se inquietar,
ela disse ao Senhor: “Eu aceito a morte no momento em que Tu a queiras e
coloco a minha vida em Tuas mãos. Entrego-te os meus filhos e sei que Tu,
Senhor, tomarás conta deles”. E Maria nos diz que pelo motivo dessa
imensa confiança em Deus, aquela mulher foi diretamente ao céu sem passar
pelo purgatório. Podemos dizer que o amor, a humildade, e o abandono em
Deus são as três chaves de ouro que nos fazem entrar diretamente no
paraíso.
A SANTA MISSA E O PURGATÓRIO
Ir. Emmanuel:
Maria, pode-nos dizer quais são os meios mais eficazes para facilitar a
libertação da almas do purgatório?
Maria: O
meio mais eficaz é a Santa Missa.
Ir. Emmanuel:
Por que a Missa?
Maria:
Porque é o próprio Cristo que se oferece por amor a nós. É o oferecimento
de Si mesmo (Cristo) a Deus, a mais bela das ofertas. O sacerdote é o
representante de Deus e é Deus mesmo que se oferece e se sacrifica por
nós. A eficácia da Santa Missa pelos defuntos é tão grande quanto maior
foi a estima desses aqui na terra por Ela (Santa Missa). Se em vida
tivermos rezado e participado das missas com todo coração e durante a
semana as tivermos vivido segundo o nosso tempo disponível, essas missas
trarão um grande proveito para nós quando morrermos do que as que forem
celebradas.
Também nisto se colherá aquilo que foi semeado. Digo também que uma alma
do purgatório vê muito bem o dia do seu funeral, se se reza
verdadeiramente por elas ou se simplesmente faz-se ato de presença para
mostrar que está lá. As almas dizem que as lágrimas não servem de nada
para ajudá-las. Ao contrário, serve muito a oração. Muitas vezes essas
almas lamentam o fato de que as pessoas assistem ao seu sepultamento,
mas não elevam uma só oração a Deus, derramam muitas lágrimas, mas é
inútil.
A
propósito da Missa, quero citar um belo exemplo de São Cura D’Ars aos
seus paroquianos. Ele nos contou: “Meus filhos, um bom Padre havia perdido
um grande amigo que lhe era muito querido, por isso ele rezou muito pela
paz desta alma. Um certo dia Deus lhe fez saber que o seu amigo estava no
purgatório e sofria terrivelmente. Este Santo Padre pensou que ele não
poderia fazer uma coisa melhor pelo seu amigo do que oferecer o Santo
sacrifício da Missa pela sua alma. No momento da consagração, pegou a
hóstia entre suas mãos e disse: “Pai Santo e eterno, faço uma troca: Vós
tendes a alma do meu amigo que está no purgatório e eu tenho o corpo do
Vosso Filho que está em minhas mãos. Bem, Pai bom e maravilhoso, libertai
a alma do meu amigo e eu ofereço Vosso Filho com todos os méritos da sua
paixão e morte”. Esse pedido foi escutado. De fato, no momento da
elevação, ele viu a alma do seu amigo subir ao céu resplandecente de
glória. Deus havia escutado a troca. Pois bem, meus filhos, concluiu São
Cura D’Ars: quando quisermos libertar os nossos entes queridos do
purgatório, façamos a mesma coisa. Ofereçamos ao Pai por meio do Santo
sacrifício da Santa Missa, o seu Filho dileto, com todos os méritos da
sua paixão e morte, assim Ele não poderá negar nada. Outro meio muito
eficaz para ajudar as almas do purgatório são as ofertas do nosso
sofrimento, das nossas penitências, e os sofrimentos voluntários, como
exemplo: o jejum, as privações etc ... e, naturalmente, os sofrimentos
involuntários como as doenças, o luto, o abandono..
O SOFRIMENTO E O PURGATÓRIO
Ir. Emmanuel:
Maria, tu foste convidada diversas vezes a sofrer pelas almas
do purgatório para libertá-las. Pode nos dizer que coisas
provaste e viveste naquele momento?
Maria:
A primeira vez que uma alma ( de uma mulher) me perguntou se eu queria
sofrer por três horas por ela, eu disse para mim mesma: “se é só por
três horas vou aceitar”. Mas aquelas três horas me pareciam que duravam
três dias, os sofrimentos eram terríveis. Mas no final olhei para o
relógio e vi que haviam passado somente três horas. Esta alma depois me
disse que por eu ter aceitado sofrer por três horas, ela havia sido
poupada de passar mais vinte anos de purgatório.
Ir.
Emmanuel: Mas como sofrendo só três horas por esta alma reparaste
vinte anos de purgatório?
Maria:
O sofrimento sobre a terra não tem o mesmo valor. Quando se sofre sobre a
terra podemos crescer no amor a Deus e podemos conquistar méritos. Isto
não é o caso do sofrimento do purgatório, que serve somente para purificar
os pecados. Sobre a terra temos todas as graças, temos a liberdade de
escolher.
Tudo
isso é muito encorajador, porque pode dar um significado extraordinário
aos nossos sofrimentos, enquanto que todos os sofrimentos oferecidos
voluntariamente ou involuntariamente, todos os sacrifícios, também os mais
pequenos que podemos fazer, as doenças, o luto, as desilusões, as
amarguras da vida, todos esses sofrimentos se os vivermos com paciência,
se aceitamos com humildade, pode ser uma potência incrível de ajuda para
as almas. A coisa mais importante a fazer é unir os nossos sofrimentos aos
de Jesus e depositá-los nas mãos da Virgem Maria, pois Ela saberá como
utilizar melhor, do melhor modo, porque nós mesmos não conhecemos as
necessidades mais urgentes que estão em torno de nós. Por tudo isso que
fazemos pelas almas, Maria Santíssima, nossa boa Mãe, saberá nos
recompensar na hora da nossa morte. Um outro meio muito eficaz para
libertar as almas do purgatório é a Via Sacra, contemplando os
sofrimentos de Jesus. Começamos pouco a pouco a odiar o pecado e a desejar
a salvação de todos os homens, e esta disposição do coração dá às almas
um grande alívio. A oração da Via Sacra suscita, também, o
arrependimento das nossas culpas. Outra ajuda muito importante para as
almas do purgatório é recitar o rosário, o próprio rosário dos
defuntos. Por meio do rosário, numerosas almas são libertadas todos os
anos do purgatório. E aqui é preciso dizer que também é a própria Mãe de
Deus que vem sempre ao purgatório para libertar as almas, e é por isso que
as almas do purgatório chamam a Virgem Maria “Mãe da Misericórdia”. Isto é
muito belo. As almas dizem que também as Indulgências têm um grande
valor, seja para libertação delas, seja para nós, e talvez seja uma
verdadeiramente crueldade não aproveitar esses tesouros que a Igreja nos
propõe em favor das almas do purgatório. Olhando para estas Indulgências
seria preciso longo tempo para explicar tudo aqui, mas eu vos aconselho a
ler o maravilhoso escrito de Paulo VI, de 1968, sobre este assunto.
Certamente podemos dizer que um meio muito eficaz para as almas do
purgatório é a oração em geral, todas as formas de oração. Também aqui
tenho um outro testemunho para contar-lhes. É o testemunho de Hermann
Cohen, que era um artista hebreu convertido que sempre teve uma verdadeira
veneração pela Eucaristia. Em 1864, depois da sua conversão ao
catolicismo, deixou o mundo e entrou em uma ordem religiosa muito
austera. Adorava ardentemente o Santíssimo Sacramento, pelo qual nutria
uma profunda veneração. Durante a sua adoração, rezava e suplicava ao
Senhor para converter sua mãe, porque ele a amava muito. Mas eis que sua
mãe morre repentinamente sem ser convertida, então Hermann, cheio de
dor, se prostra diante do Santíssimo Sacramento chorando muito porém
rezava dizendo: “Senhor, eu Vos devo tudo, é verdade, mas que coisa Vos
deixei faltar ou Vos neguei? A minha juventude, a minha esperança no
mundo, o bem estar, a alegria na família, um repouso talvez meritório,
tudo eu sacrifiquei no momento em que Vós me chamastes. Também o meu
sangue teria Vos dado, e Vós, Senhor, na Vossa eterna bondade nos
prometeu de deixar as cem ovelhas por uma, Vós esquecestes a alma de minha
mãe... meu Deus, meu Deus, eu sucumbo a este martírio”. Um gemido
elevou-se de sua boca que sufocava o seu pobre coração. De repente,
inesperadamente , uma voz misteriosa fala ao seu ouvido: “homem de pouca
fé, tua mãe está salva! Saiba que toda oração tem um grande poder junto
de Mim. Eu acolhi todas as orações que Me fizestes e oferecestes por tua
mãe, e a minha providência levou em conta na sua última hora. No momento
em que ela expirou, Eu Me apresentei diante dela e quando ela Me viu,
gritou: “Meu Senhor e meu Deus!” Tenhas coragem, meu filho, tua mãe não
foi condenada e as tuas súplicas fervorosas a libertarão logo da prisão
do purgatório. Logo depois o Reverendíssimo Padre Hermann teve uma outra
revelação de que sua mãe já havia subido ao céu. Também eu vos sugiro a
oração de Santa Brígida, que é bastante recomendada pelas almas do
purgatório. Gostaria de dizer-vos ainda mais, que as almas que estão no
purgatório não podem fazer mais nada por si mesmas. São totalmente
impotentes e se os vivos não rezarem por elas, ficarão no completo
abandono. Eis porque é preciso utilizar o poder imenso, incrível, que
todos nós temos nas próprias mãos para ajudar e libertar as almas que
sofrem.
Se em nossa presença uma criança caísse de uma árvore e
sofresse uma horrível fratura será que algum de nós não pensaríamos em
socorrê-la?
Certamente se faria de tudo por
ela.
Do mesmo modo, devemos colocar no nosso
coração estas almas que esperam de nós alguma ajuda, e que são aliviadas
por causa dos nossos sofrimentos e das nossas orações. Esta talvez seja a
maneira mais bela de exercitar a caridade.
Eu penso,
por exemplo, no bom samaritano do evangelho diante do homem que estava
quase morrendo na estrada. Sem dúvida, estava ensangüentado. Pois bem,
este homem dependia completamente do bom coração de um transeunte.
A PAIXÃO DE JESUS E O PURGATÓRIO
Um outro meio muito eficaz, nos dizia Maria é
a via crucis. Contemplando os sofrimentos de Jesus, começamos, pouco a
pouco a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos os homens; e esta
disposição do coração dá um grande alívio às almas do Purgatório. A via
crucis suscita também o arrependimento das nossas culpas.
Outra ajuda muito recomendada pelas almas do
Purgatório, é o Santo Rosário, o Rosário para os defuntos. Por meio do
Rosário numerosas almas são libertas do Purgatório. E aqui é preciso dizer
também que é a mãe de Deus que vem ao Purgatório para libertar as almas, e
por isto que as almas do Purgatório chamam-na de " Mãe de Misericórdia
". Isto é muito lindo.
As almas disseram à Maria Simma que também as
indulgências têm um valor inestimável, seja para libertação delas como
para nós, e muitas vezes é uma verdadeira crueldade não tirar proveito
deste tesouro que a Igreja nos propõe em favor das almas. Ao que diz
respeito à estas indulgências, falaremos no último capítulo deste livro.
Certamente se pode dizer que um meio muito
eficaz para as almas do Purgatório, são as orações de um modo geral, todas
as formas de oração.
E aqui quero vos contar o testemunho de
Hermann Cohen, que era um artista hebreu convertido, e que tinha muita
veneração pela Eucaristia. No ano de 1864, depois da conversão ao
catolicismo, ele havia deixado o mundo e entrara em uma ordem religiosa
muito austera. Adorava ardentemente o Santíssimo Sacramento, pelo qual
nutria uma profunda veneração.
Durante a sua adoração, rezava e suplicava o
Senhor para converter sua mãe, porque ele a amava muito.
Mas eis que sua mãe morreu sem se converter.
Então Hermann cheio de dor, se prostrou diante do SS. Sacramento e
chorando muito rezou assim: "Senhor, eu te devo tudo, é verdade, mas
que coisa te neguei? A minha juventude, a minha esperança no mundo, o bem
estar, a alegria da família, talvez até um repouso merecido, tudo eu
sacrifiquei desde o momento em que tu me chamastes. Também o sangue te
havia dado; e Tu, Senhor, Tu que és a eterna bondade, que prometestes de
dar o cêntuplo, Tu rejeitas a alma da minha mãe... Meu Deus, eu sucumbo à
este martírio!...".
Um gemido se elevou de sua boca; os soluços
sufocava o seu próprio coração. Imprevistamente uma voz misteriosa falou
ao seu ouvido: "homem de pouca fé, tua mãe está salva! Sabeis que a
oração tem todo o poder junto de mim. Eu acolhi tudo aquilo tu me
ofertastes pela tua mãe, e a minha providência levou tudo em conta na sua
última hora. No momento em que ela suspirou me apresentei à ela e quando
ela me viu gritou: " Meu Senhor e meu Deus!". Tenha coragem, tua
mãe não se condenou, e as tuas súplicas fervorosas libertará a sua alma
da prisão do Purgatório ".
Agora sabemos que o reverendo Padre Cohen,
pouco tempo depois, teve uma Segunda revelação que sua mãe havia ido para
o céu.
Esta de Hermann Cohen é na verdade um belo
testemunho.
Sugiro também a oração de Santa Brígida, que
são recomendadas pelas almas do Purgatório. Estas orações se encontram
facilmente nas livrarias religiosas, mas são também encontradas por
inteiro no livro "Rezem, Rezem, Rezem", da Editora Shalom, pág. 412 a 421.
Aqui acrescento uma precisão importante. As
almas do Purgatório não podem fazer nada por elas mesmas. São totalmente
impotentes, e se os vivos não rezarem por elas, ficarão em completo
abandono.
Eis porque é importante utilizar o imenso
poder, incrível que todos nós temos nas próprias mãos para ajudar a
libertar as almas que sofrem.
Se, em nossa presença uma criança caísse de
uma árvore e ficasse horrivelmente fraturada, será que nós não pensaríamos
em socorrê-la? Certamente se faria de tudo por ela.
Do mesmo modo, devemos colocar no coração
essas almas que esperam de nós toda ajuda, e que estão à espera das nossas
ofertas e das nossas orações para ter um alívio de seus sofrimentos. Esta
talvez é a maneira mais bela de exercitar a caridade.
Eu penso, por exemplo o bom samaritano do
Evangelho, diante do homem que estava quase morto à beira da estrada,
onde, sem dúvidas estava ensangüentado. Com certeza aquele homem dependia
completamente do bom coração de um transeunte.
VALOR
DO SOFRIMENTO
Ir. Emmanuel:
Maria, por que uma vez já no purgatório, não se pode conquistar méritos
e só aqui na terra se pode?
Maria:
Porque no momento da nossa morte, os méritos
terminam. Somente aqui na terra se pode reparar os males que fizemos; e
já as almas que estão no purgatório não têm mais essa possibilidade. Por
isso os anjos têm ciúmes de nós, porque temos a possibilidade de crescer
enquanto estamos sobre a terra. Infelizmente, muitas vezes, o sofrimento
na nossa vida nos faz rebelarmo-nos e temos dificuldades de aceitar e de
vivê-la bem.
Ir.
Emmanuel: E como podemos viver o sofrimento para que possamos dar
fruto?
Maria:
O sofrimento é a maior prova do grande amor que Deus tem por cada um de
nós, e se o oferecermos com todo coração, poderemos salvar muitas almas.
Ir.
Emmanuel:
Mas como poderemos acolher um sofrimento como um
Dom e não como uma punição ou castigo?
Maria:
É preciso oferecer tudo a Santíssima Virgem
Maria, porque é Ela que melhor sabe quem precisa mais desta oferta para
ser salvo.
Aqui, a propósito do sofrimento, quero contar-lhes um testemunho que
Maria nos deu. Esse fato aconteceu no ano de 1954. Uma série de
avalanches desastrosas se abateu sobre um vilarejo vizinho ao seu e
causou gravíssimos danos. Outras avalanches se precipitaram em direção do
lugarejo, onde mora. Mas, aconteceu que a avalanche parou de uma maneira
quase milagrosa diante do lugarejo sem causar nenhum dano. Um certo dia,
as almas lhe disseram que no lugarejo havia vivido e morrido uma mulher
que por trinta anos esteve doente. Durante esse período havia sofrido
terrivelmente e oferecido todos os seus sofrimentos pelo bem de sua
pequena cidade. As almas lhe disseram ainda, que graças aos seus
sofrimentos suportados com paciência nesses trinta anos, é que a cidade
foi poupada de ser engolida pela avalanche. Se essa mulher tivesse tido
uma boa saúde, não poderia ter protegido a sua cidade. Junto aos nossos
sofrimentos suportados com paciência e oração, podemos salvar muitas
almas. Não podemos olhar sempre o sofrimento como uma punição. Pode ser
aceito como uma expiação, não só para nós mesmos, mas sobretudo, para os
outros. Jesus Cristo era inocente e foi Ele que sofreu mais que todos como
expiação pelos nossos pecados. Somente no céu saberemos totalmente aquilo
que obtivemos por meio do sofrimento suportado pacientemente em união com
o sofrimento de Cristo.
Emmanuel:
Maria, existe por parte das almas do purgatório uma revolta por causa
dos seus sofrimentos?
Maria:
Não. Elas querem e desejam ser purificadas e
compreendem que seus sofrimentos são necessários.
O VALOR DO ATO DE CONTRIÇÀO
Emmanuel:
Qual é o valor da contrição e do arrependimento no momento da morte?
Maria:
A contrição é importantíssima. Os pecados são comumente remidos, mas
resta a conseqüência do pecado. Se desejam obter indulgência plenária no
momento da morte, isto é, para irem diretamente ao céu, é preciso que as
almas se libertem de tudo o que as prende.
E agora quero me referir a um testemunho muito
significativo que nos contou Maria. Haviam pedido para que ela se
informasse sobre uma mulher cujos parentes pensavam que havia se condenado
por ter tido uma vida muito pecaminosa. Ela fora vítima de um acidente.
Caiu de um trem que a fez morrer. Uma alma me disse que esta mulher havia
sido salva de ir para o inferno porque no momento da sua morte havia dito:
“Tu fazes bem em tirar minha vida, assim não poderei mais Te ofender”. E
isto fez com que com Deus cancelasse os seus pecados. Isto é muito
significativo, porque um só ato de humildade, de arrependimento no momento
da morte, nos salva. Isto não significa que esta mulher não tenha
passado pelo purgatório, mas se salvou de ir para o inferno que merecia
por causa de sua conduta.
Ir.
Emmanuel:
Maria, queria te perguntar, ainda, se no
momento da morte há um tempo em que a alma tem a possibilidade de
voltar-se para Deus antes de entrar na eternidade? Um tempo, se
queremos, entre a morte aparente e a morte real ?
Maria:
Sim. O Senhor dá alguns minutos a algumas almas
para que se arrependam de seus pecados e decidam se aceitam ou não ir
para Deus. Neste breve tempo se vê, como um filme, a própria vida. Eu
conheço um homem que acreditava nos preceitos da Igreja, mas não na vida
eterna; um dia ele adoeceu gravemente e entrou em coma. Ele se viu em um
quarto onde na parede haviam escrito todas as suas ações boas e más,
depois os escritos desapareceram junto com a parede e tudo depois se
tornou infinitamente belo. E depois que ele saiu do coma, decidiu mudar
de vida.
Também este episódio é igual a tantos outros falados neste livro: “A vida,
a outra vida”: a experiência momentânea da luz sobrenatural é tal, que
aquelas pessoas não podem viver como haviam vivido antes.
Ir. Emmanuel: Maria,
no momento da morte, Deus se revela com a mesma intensidade a todas as
almas?
Maria:
A algumas almas é dado o conhecimento da própria
vida, e também do sofrimento futuro, mas não é igual para todas as
almas. A intensidade da revelação do Senhor depende da vida de algumas
almas.
Ir.
Emmanuel: Maria, o diabo tem o poder de atacar no momento da nossa
morte?
Maria:
Sim, mas o homem tem a graça de resistir-lhe e de
afastá-lo, porque se o homem não quer, o demônio nada poderá fazer.
Ir.
Emmanuel:
Ah, bem. E quando alguém sabe que deverá morrer logo, segundo você, qual
é a melhor preparação que deve fazer?
Maria:
Abandonar-se totalmente a Deus, oferecer todo o seu sofrimento e ser feliz
em Deus.
Emmanuel:
E como devemos nos comportar diante de alguém que está para morrer? Que
coisa podemos fazer de melhor para ele?
Maria:
Rezar muito e prepará-lo para morrer. Devemos dizer a verdade, fazer de
tudo para que, possivelmente, tenha o conforto religioso.
Ir.
Emmanuel:
Maria, que conselho darias a quem deseja se tornar santo ainda nesta
terra?
Maria:
Ser humilde, muito humilde, não deve ocupar-se de si mesmo. Deve fugir do
pecado, do orgulho, que é a armadilha mais perigosa do maligno.
Ir.
Emmanuel:
Maria, poderias dizer se podemos pedir ao Senhor para fazermos o nosso
purgatório sobre a terra, para não fá-lo depois da morte?
Maria:
Oh, sim. Eu conheci um Padre e uma moça que estavam todos dois doentes no
hospital. A moça dizia ao sacerdote que ela havia pedido ao Senhor de
poder fazer sobre a terra tanto quanto fosse necessário para ir direto ao
céu, e o Padre respondeu que ele não ousava pedir isto a Deus. Estava
vizinho aos dois uma religiosa que havia escutado toda a conversa. A moça
morreu primeiro e em seguida morreu o Padre; e este Padre apareceu à
religiosa dizendo:” Se eu tivesse tido a mesma confiança daquela moça,
também eu teria ido diretamente para o céu”.
Ir.
Emmanuel:
Obrigada, Maria, por este testemunho.
Neste momento, Maria me pede cinco minutos porque deveria dar de comer às
galinhas. Mas eis que ela vem rápido e continuamos a nossa entrevista.
TODAS AS ALMAS TEM AS SUAS PENAS
Ir. Emmanuel:
Maria, existem diferenças de graus no purgatório?
Maria:
Sim. Existe uma grande diferença de graus de sofrimentos morais. Cada alma
tem um sofrimento único, que lhe é próprio. Existem milhares de graus.
Ir. Emmanuel:
As almas do purgatório sabem que coisa deve acontecer no mundo?
Maria:
Sim, não tudo, mas muitas coisas.
Ir. Emmanuel:
E estas almas te disseram alguma vez que coisa deve estar para acontecer?
Maria:
Dizem-me somente que têm alguma coisa em vista, mas não me revelam que
coisa é. Dizem-me somente o que é necessário para a conversão do mundo.
Ir. Emmanuel:
Diz-me Maria, os sofrimentos do purgatório são mais dolorosos e penosos do
que os sofrimentos aqui na terra?
Maria:
Sim, mas de maneira simbólica, fazem mais mal à alma.
Ir. Emmanuel:
Sei que é difícil descrever, mas, Maria, Jesus vem muitas vezes ao
purgatório?
Maria:
Nenhuma alma jamais me disse coisa alguma. É a Mãe de Deus que vem. Uma
vez perguntei a essa alma do purgatório se deveria ela mesma ir dar
notícias a uma pessoa que queria notícias suas e ela me respondeu que não;
é a Mãe da Misericórdia que dá as notícias. Nem mesmo os santos vão até o
purgatório; ao contrário, são os anjos que estão lá, São Miguel... e cada
alma tem o seu anjo da guarda vizinho.
Ir. Emmanuel:
Oh! Que magnífico! Os anjos estão conosco! Mas o que fazem os anjos no
purgatório?
Maria:
Aliviam e consolam, e as almas podem vê-los.
Ir. Emmanuel:
Oh! Belíssimo! Mas então, Maria, se continuas a falar dos anjos, me dá
logo vontade de ir ao purgatório!
REENCARNAÇÀO, ATEÍSMO, SUICÍDIO, DROGAS...
Ir. Emmanuel:
Outra pergunta: tu sabe que muita gente hoje, acredita na reencarnação.
Que dizem as almas à este respeito?
Maria:
As almas dizem que Deus nos dá uma só vida.
Ir. Emmanuel:
Alguns sustentam que uma só vida não é suficiente para conhecer Deus e
para ter tempo de converter-se. Que coisa dizes para esses que pensam
assim?
Maria:
Todas as almas têm uma fé interior, mesmo as não praticantes, essas também
têm o conhecimento de Deus. Não existe nenhuma que não creia totalmente.
Todos os homens têm uma consciência para conhecer o bem e o mal, uma
consciência interior, certamente de graus diversos, de distinguir o bem
do mal. Com tal consciência, cada ser humano pode chegar às
bem-aventuranças.
Ir. Emmanuel:
Maria, que coisas acontecem às pessoas que se suicidam? Fostes já
visitada por algumas destas almas?
Maria:
As almas que vêm a mim são almas do purgatório. Portanto, até hoje não
encontrei nenhum caso de um suicida ter se perdido. Isto não significa que
não exista. Mas algumas almas me dizem que os mais culpados são aqueles
que lhes são próximos, porque foram negligentes e difundiram calúnias.
Sobre este
ponto perguntei à Maria se as almas se arrependem de terem se suicidado, e
Maria me respondeu que sim, mas disse que muitas vezes os suicidas são
pessoas doentes. É comum que as almas se arrependam, porque apenas vendo
as coisas na luz de Deus, compreendem, em um só instante, todas as graças
que ainda estavam reservadas para eles durante o tempo que tinham de
vida; vendo todo este tempo restante (meses ou anos), e todas as almas
que poderiam ter ajudado, oferecendo o resto de suas vidas a Deus, esta
é a mais dolorosa dor: ver o bem que poderiam ter feito e não o fizeram
por haverem abreviado suas vidas. Mas, se a causa é uma doença, o Senhor
certamente levará em conta.
Ir. Emmanuel:
Maria, tu foste visitada por pessoas que se destruíram com as drogas com
uma overdose?
Maria:
Sim, não se perderam, mas devem sofrer no purgatório.
Ir. Emmanuel:
Maria, existem pessoas que dizem: “Eu sofro muito no meu corpo, no meu
coração, é muito duro para mim. Eu quero morrer”... que posso fazer?
Maria:
Sim, isto acontece demais, porém, poderiam dizer: “Meu Deus, eu ofereço
este sofrimento pela salvação das almas”. Porém, muitas vezes,
falta-lhes a fé e a coragem, e principalmente hoje, pois poucos pensam
assim. Podemos dizer a essas pessoas que não sabem oferecer os seus
sofrimentos, que a alma que sofre com paciência, resignação e oferece a
Deus as suas cruzes, será bem-aventurada e terá uma grande felicidade no
céu. E no céu existem milhares de bem-aventuranças, mas em todas elas
existe uma felicidade perfeita, cada desejo lá em cima é totalmente
apagado e, em verdade, cada um é consciente de que não poderia desejar
mais do que mereceu.
RELIGIÕES NÃO CRISTÃS
Ir. Emmanuel:
Maria, queria te perguntar se as almas de pessoas de outras religiões, por
exemplo, já vieram te visitar?
Maria:
Sim, e estão na felicidade. Aqueles que vivem bem a sua fé estão na paz,
porém, é na fé católica que mais almas ganham o céu.
Ir. Emmanuel:
Há religiões que são ruins para as almas?
Maria:
Não, mas existem tantas religiões sobre a terra! As mais vizinhas da fé
católica são as ortodoxas e as protestantes. Existem muitos protestantes
que recitam o rosário.
As seitas são muitas e muito ruins, é preciso fazer tudo para
exterminá-las.
OS CONSAGRADOS E O PURGATÓRIO
Ir. Emmanuel:
Maria, existem Padres no purgatório?
(
quando fiz essa pergunta, vi Maria Simma levantar os olhos para o céu
como se dissesse: Ai meu Deus!!! )
Maria:
Sim, são muitos. Esses estão lá por não terem ajudado aos fiéis a terem
respeito pela eucaristia. Esses Padres estão no purgatório por haverem
negligenciado a oração e por isso a sua fé diminuiu, porém, é verdade que
muitos foram diretamente para o céu.
Ir.
Emmanuel:
Bem, e o que dirias a um sacerdote que deseja viver verdadeiramente seu
sacerdócio segundo o coração de Deus?
Maria:
Aconselhar-lhes-ia a rezarem muito ao Espírito Santo e a rezarem o Santo
Rosário todos os dias.
AS CRIANÇAS E O PURGATÓRIO
Ir.
Emmanuel:
Maria, existem crianças no purgatório?
Maria:
Sim, mas para elas o purgatório não é muito longo nem muito penoso, porque
a essas falta o pleno discernimento.
Ir.
Emmanuel:
Eu penso que algumas dessas crianças já vieram ao teu encontro. Tu nos
contaste a história daquela menina, a menor que tu viste, era uma criança
de quatro anos, mas por que ela estava no purgatório?
Maria:
Por quê? Porque essa menina havia ganho de seus pais no Natal um
bambolê. Ela tinha uma irmã gêmea que havia também recebido um . E eis que
essa menina de quatro anos havia quebrado o seu bambolê e escondido.
Sabendo que ninguém a via, colocou seu bambolê quebrado no lugar do de
sua irmã e assim fez uma troca, sabendo muito bem, no seu pequeno
coração, que havia causado muita dor a sua irmã, e se deu conta de que
isto era um engano e uma injustiça. Por causa disso ela teve que fazer o
seu purgatório.
Sim, as crianças têm uma consciência mais viva que os adultos, é preciso,
sobretudo, lutar contra a mentira; porque são muito sensíveis.
Ir.
Emmanuel:
Maria, como podem os pais ajudar na formação da consciência dos filhos?
Maria:
Antes de tudo, um bom exemplo é o mais importante, e depois, com a
oração. Os pais devem abençoar os filhos e instruí-los bem nas coisas de
Deus.
PECADOS CONTRA A NATUREZA
Ir.
Emmanuel:
Isto é muito importante! Maria, já foste visitada por almas que sobre a
terra praticaram perversões na prática da sexualidade?
Maria:
As almas que eu conheci (todas do purgatório) não se perderam, mas devem
sofrer muito para purificar-se. Em todas as perversões está presente a
obra do maligno e, de um modo particular, no homossexualismo.
Ir.
Emmanuel:
Que conselho tu darias a todas aquelas pessoas que são tentadas na
homossexualidade, que têm essa tendência?
Maria:
Diria para rezarem, rezarem muito para terem força de afastar-se desse
pecado. Sobretudo rezar a São Miguel Arcanjo, porque é ele, por
excelência, quem combate o maligno.
Ir.
Emmanuel:
Oh, sim, o Arcanjo São Miguel? Maria, e quais são as tendências do
coração que podem conduzir mais almas à perdição definitiva, isto é, ao
inferno?
Maria:
É quando não querem ir para Deus, isto é, quando dizem decisivamente: “Eu
não quero”!
QUEM VAI PARA O INFERNO?
Ir. Emmanuel:
Agradeço-te por esta precisão. A este propósito, Maria, eu uma vez
interroguei Vicka, uma das videntes de Mediugorie, que me dizia também
que as almas que ela havia visto no inferno, foram elas que decidiram ir e
não foi Deus quem as mandou, ao contrário, Deus está lá (no momento da
morte) e ele sempre suplica às almas a acolher sua misericórdia. O pecado
contra o Espírito Santo de que fala Jesus que não tem perdão, é
exatamente o de rejeitar radicalmente a misericórdia de Deus em plena luz
e em plena consciência. João Paulo II fala muito bem na sua Encíclica
sobre a Misericórdia Divina, que cada um de nós com as nossas orações,
podemos fazer muito pelas almas que estão para perder-se.
Maria, a esse respeito, tu tens algum testemunho para nos contar?
Maria:
Um dia, encontrava-me em um trem e no meu compartimento havia um
homem que não parava de falar mal da Igreja, de falar contra os sacerdotes
e contra Deus. Não parava de falar mal, e eu lhe disse:” Escute-me, você
não tem o direito de falar tudo isso, não é bom”. Chegando a minha
estação, desci do trem e no meu coração eu disse: “Oh meu Deus que esta
alma não se perca”. Alguns anos depois, a alma deste homem veio visitar-me
e me contou haver estado perto de condenar-se no inferno, e de ter sido
salvo simplesmente por causa daquela oração que eu havia feito naquele
momento.
Sim,
é extraordinário ver como simplesmente um só pensamento, um sentimento do
coração, uma simples oração por alguém, pode impedir que essa alma vá para
o inferno. E o inferno é isto: É dizer não a Deus, porém, a nossa oração
pode suscitar um ato de humildade, por menor que seja .Isto evita o
inferno.
Maria:
Uma alma me contou: " não havendo observado a lei de trânsito, morreu de
repente em um acidente em Viena".
Lhe perguntei: "estava pronta para entrar na
eternidade? "
"
Não estava pronta ",
e
acrescentou, " mas Deus dá aqueles que não
pecam contra ele com insolência e presunção dois ou três minutos para
arrepender-se. E só aqueles que dizem não é que se condenam".
A
alma prosseguiu com seu comentário interessante e instrutivo: " quando um
morre em um incidente, as pessoas dizem que era chegada a sua hora. É
falso: isso só pode se dizer quando uma pessoa morre sem ser por sua
culpa. Mas segundo os designos de Deus, eu poderia ter vivido ainda trinta
anos: então teria transcorrido todo o tempo da minha vida". Por isso o
homem não tem o direito de expor a sua vida ao perigo de morte, a não ser
em caso de necessidade.
Um
médico veio um dia lamentar-se que deveria sofrer por haver abreviado a
vida dos pacientes com injeção ( eutanásia ) para que não sofressem mais.
Disse que o sofrimento, quando é suportado com paciência, tem para a alma
um valor infinito; sim, tem o dever de aliviar os grandes sofrimentos, mas
não o direito de abreviar a vida com meios químicos.
Ua
outra vez, veio uma mulher. E confessou-me: " eu tive que sofrer trinta
anos de Purgatório, porque não deixei minha filha entrar para o convento".
Ir.
Emmanuel:
Maria, não é incrível alguém chegar a ponto de dizer não a Deus? E no
momento da morte, quando vê Deus face a face?
Maria:
É. Infelizmente isso acontece. Por exemplo, um
homem me disse que não queria ir para o céu e sabe por quê? Porque segundo
ele, Deus permite os injustos e a injustiça ... e eu lhe disse que quem
faz isso são os homens e não Deus. Respondeu-me assim: “Espero não
encontrar Deus depois da morte, porque se isso acontecer, eu lhe
quebrarei a cara. Ele tinha um ódio profundo contra Deus, mas Deus deixa
o homem livre, poderia impedir essa vontade, mas não, ele quer deixar sua
livre escolha. Deus dá a cada um de nós durante a vida sobre a terra e na
hora da morte, muitas graças para converter-se. Também, depois de uma
vida vivida nas trevas, se esse pede perdão, certamente se salvará.
Ir.
Emmanuel:
Jesus disse que é difícil para um rico entrar no reino do céu. Tu, por
acaso, já viste casos desse gênero?
Maria:
Sim, eles fazem boas obras e nas obras de caridade praticam o amor e com
amor, também podem chegar ao céu como os pobres.
Ir.
Emmanuel:
E agora, Maria, no momento presente, tu ainda recebes visita das almas
do purgatório?
Maria:
Sim, duas ou três vezes pela semana.
ESPIRITISMO
Ir. Emmanuel:
Queria te perguntar sobre a prática do espiritismo, por exemplo, quando se
chama os espíritos dos defuntos, quando fazem girar o copo etc ...
Maria:
Não é bom! É sempre o diabo que faz mover as coisas.
Oh, sim, é importante dizer! É preciso fazer as pessoas saberem; porque
hoje são muitos os que aderem às práticas espíritas que aumentam cada vez
mais!...
Ir.
Emmanuel:
Maria, então qual é a diferença entre aquilo que tu vives com as almas do
purgatório e a prática do espiritismo?
Maria:
Não é lícito chamar as almas. Eu não peço a vinda delas, elas vêm só por
permissão de Deus e no espiritismo, em vez disso, invocam-se os espíritos,
chamam-nos mas é o próprio demônio que vem fingindo ser a alma deste ou
daquele outro. Apresenta-se com falsa aparência, sem ser chamado.
Ir.
Emmanuel:
Tu, pessoalmente, foste enganada por falsas aparições? Por exemplo, do
diabo que fingia ser alma do purgatório para falar-te?
Maria:
Sim, uma vez uma alma veio encontrar-me e me disse: “Não deves acolher a
alma que virá depois de mim, porque ela te pedirá muito sofrimento. Tu não
poderás fazer mais daquilo que ela te pedir“. Eu fiquei perturbada e me
recordei daquilo que havia me dito o meu pároco e Diretor Espiritual, ele
havia dito que era preciso acolher todas as almas com generosidade e eu
sou verdadeiramente habituada a obedecer as instruções do meu Diretor
Espiritual. E pensei comigo: será que aquele que esteve comigo era o
demônio e não a alma do purgatório? Era realmente o demônio camuflado.
Disse então àquele homem: “Se tu és o demônio, vai-te!!! “De súbito
soltou um forte grito e fugiu. E a alma que veio depois era
verdadeiramente uma alma que tinha uma grande precisão da minha ajuda e
era importante que ela viesse encontrar-me e que eu a escutasse.
Ir.
Emmanuel:
Quando o diabo aparece, a água benta sempre o faz fugir?
Maria:
O perturba muito e logo o faz fugir.
OS BENS MAL ADQUIRIDOS
Ir. Emmanuel:
Agora, Maria, tu és muito conhecida, sobretudo na Alemanha, Áustria e em
toda a Europa graças às tuas conferências, aos teus livros, mas no início
tu vivias totalmente no escondimento? Como é que hoje, de uma hora para
outra, as pessoas aceitam que tua experiência sobrenatural era autêntica?
Maria:
Oh! Foi quando as almas começaram a pedir-me para suplicar às suas
famílias a fim de que restituíssem um bem adquirido ilicitamente. Estes
viram que o que eu dizia era verdadeiro. Muitas vezes as almas vieram
encontrar-me para dizer-me:” Vai a minha família, em tal lugar (os quais
eu não conhecia) e diz ao meu filho, ao meu pai, ao meu irmão, para
restituir tal propriedade, tal soma de dinheiro, tal objeto e eu serei
libertada do purgatório quando estes bens forem restituídos”. E assim
ficavam maravilhadas por eu conhecer tudo. Através disso fiquei conhecida.
O
CARISMA DE MARIA SIMMA E A IGREJA
Ir. Emmanuel:
Maria, existe um reconhecimento oficial da Igreja no que diz respeito ao
carisma que tu exerces com as almas do purgatório e em todos aqueles que
são tocados pelo teu apostolado?
Maria:
O meu Bispo me disse que se não encontrar erros teológicos, eu devo
continuar o meu ministério e também o meu pároco, que é o meu Diretor
Espiritual, confirma a mesma coisa.
Ir. Emmanuel:
Maria, eu quero te fazer uma pergunta que pode te parecer indiscreta. Tu
já fizeste tanto pelas almas do purgatório que, seguramente, quando tu
morreres a tua volta estarão milhares de almas e te farão escolta até o
céu. Tu certamente não deverás passar pelo purgatório, imagino. Não é
assim?
Maria:
Oh, não creio que irei diretamente ao céu, sem purgatório! Porque eu
tive mais luz, mais conhecimento e por esse motivo minha culpa será mais
grave. Mas espero igualmente que as almas me ajudem a chegar ao céu.
Ir.
Emmanuel:
Certamente. E tu, Maria estás contente por ter esse carisma ou para ti é
uma coisa pesada e fatigante, todas essas contínuas perguntas da parte
das almas?
Maria:
Não, não me lamento dessas dificuldades. Porque sei que posso ser de muita
ajuda para elas, e sou feliz em fazer isso.
Ir.
Emmanuel:
Maria, te agradeço também em nome de todos os leitores, por este belo
testemunho, mas consente-me fazer outra pergunta a ti, para que possamos
te conhecer melhor: Poderias nos contar, em poucas palavras, qualquer
coisa sobre a tua vida?
Maria:
Quando eu era criança, queria entrar para um convento e minha mãe pedia
para eu esperar completar vinte anos. Não queria me casar. Minha mãe me
falava muito das almas do purgatório e já na escola estas almas me
ajudaram muito. Eu dizia que deveria fazer tudo por elas. Depois da
escola, pensava em entrar para o convento. Entrei nas Irmãs do Coração de
Jesus, mas depois me disseram que eu era muito frágil de saúde para poder
ficar com elas. Realmente, quando eu era pequena, havia tido uma
infecção pulmonar e uma pleurite. A superiora confirmou que eu tinha a
vocação religiosa, mas me aconselhou a entrar em uma ordem mais fácil e a
esperar alguns anos. Mas eu, ao contrário, queria uma ordem de
clausura, e logo. Depois de três anos de tentativa a conclusão foi esta:
era muito doente. E disse a mim mesma: penso que entrar para um convento
não seja a vontade de Deus para mim. Eu sofria muito, moralmente, e
dizia a mim mesma: o Senhor não me mostrou aquilo que Ele deseja de mim.
Esta espera durou para mim até os 25 anos, isto é, até o momento em que
Deus me confiou este compromisso de rezar pelas almas do purgatório.
Fez-me esperar oito anos. Na minha casa havia oito filhos. Eu trabalhava
na minha casa com a idade de 15 anos. Depois fui à Alemanha como
doméstica e depois eu trabalhei aqui em Sontag. A partir de 25 anos,
quando iniciaram as visitas das almas, eu deveria sofrer muito por elas.
Agora sinto-me melhor fisicamente.
RELATÓRIO DO PADRE ESPIRITUAL AO BISPO
Li recentemente, um relatório sobre Maria Simma, enviado por
Padre Alfonso Matt (Diretor espiritual da vidente), ao Bispo da sua
Diocese, e tenho por útil relatar para os leitores outras breves notícias.
Maria Simma ( Segunda de oito filhos), nasceu em 5 de fevereiro de
1915 em Sontag ( Vorarberlg ) na Áustria, em uma família muito pobre.
O pai, Giuseppe Antonio ( 18 anos mais velho que sua esposa,
Aloísa Rinderer ), por muitos anos ganhou a vida como guarda e depois como
camponês do seu irmão.
Durante a I guerra mundial, foi carteiro, depois operário de
estrada, trabalhador braçal, e depois num pensionato. Com a sua mulher e
os seus oito filhos foi morar em uma velha casa que lhe fora doada por um
bom velho mestre de carpintaria em seu testamento.
Por causa da grande pobreza na família, os filhos ainda jovens,
tiveram que trabalhar e ganhar o pão: os rapazes como operários e as
meninas como babás.
Maria Simma foi, desde jovem muito piedosa e freqüentou
assiduamente o curso de instrução religiosa administrado pelo seu pároco.
Depois deveria se distanciar dos seus pais para trabalhar em vários
lugares.
Queria se tornar religiosa, mas como já sabemos, o Senhor tinha
sobre ela outros projetos. No relatório do pároco se lê que ela "
consagrou sua virgindade à Nossa Senhora e fez a consagração à Maria
em favor dos defuntos"; sim, se ofereceu plenamente à Deus,
fazendo-lhe voto " como alma vítima, vítima de amor e de expiação".
O pároco disse em várias ocasiões, que ela se ofereceu como vítima
para ajudar os defuntos, com sofrimentos voluntários, muitas vezes
terríveis, e graças à esses sofrimentos, pode abreviar as penas de
inumeráveis almas. Junto aos sofrimentos, ofertou à Deus contínuas
orações, missas e penitências.
Desde a morte do seu pai, que aconteceu em 1947, ela mora
sozinha na casa paterna e, para superar necessidades da vida, continua
apesar da idade, a cultivar a sua horta. Vive assim em pobreza, sempre
ajudada por pessoas caridosas. Não pede nada, faz tudo gratuitamente, e se
alguém lhe deixa ofertas, envia tudo para a cúria, para celebração das
Missas, para obras caritativas e sobretudo para as missões.
O pároco, no seu relatório, nos revela que as ações desenvolvidas
por Maria Simma não serve somente de ajuda para si mesma e para os
defuntos, como sempre fez, mas também para promover essa devoção e ajuda
às almas do Purgatório e dos defuntos. Em todos os seus encontros com as
pessoas, como também nas páginas do seu diário, sempre indicou com
insistência, os meios de ajuda, pedido pelas almas como: Missas, Rosário,
oferta dos sofrimentos, Via Crucis, obras de caridade, entre esses,
sobretudo, ajuda às missões que segundo dizem as almas, são de grande
importância e eficácia para os defuntos.
Nos são, pois, indicados meios menores de ajuda, que suscita
surpresa e curiosidade da nossa parte, e por isso quero referi-los em
parte, textualmente:
CONSELHOS DE MARIA SIMMA A TODOS
a)
Conselhos gerais
Disse o seu Diretor espiritual e o seu pároco, no relatório ao Bispo, que
Maria Simma havia lhe dito:
" As chamas das velas acesas ajudam as
almas: primeiro porque esta atenção de amor dá à elas uma ajuda moral,
pois as velas são bentas e iluminam as trevas em que elas se encontram.
Um menino de onze anos de Kaiser pediu a Maria Simma para rezar
por ele. Estava no Purgatório por haver, no dias de finados apagado as
velas, que estavam acesas no cemitério, e por haver roubado a cera por
divertimento.
As velas bentas, têm muito valor para as almas. No dia de Nossa
Senhora das Candeias, Maria Simma deveria acender duas velas por uma alma,
enquanto suportava por essa, sofrimentos expiatórios".
" O aspergir água benta, diminui o sofrimento das almas. Um dia,
passando, Maria Simma jogou água benta pelas intenções das almas, quando
de repente, uma voz lhe disse: " um pouco mais ! ".
" Todos os meios não ajudam as almas da mesma maneira. Se durante
a vida, alguém teve pouca estima pela Santa Missa, esta não tirará muito
proveito quando estiver no Purgatório. Se alguém faltou de coração durante
a vida, receberá pouca ajuda. Aqueles que pecam, difamando os outros,
devem expiar duramente os seus pecados. Mas aqueles que tiveram um bom
coração em vida, receberão muita ajuda".
"Uma alma que havia deixado de assistir às Missas, pode pedir
oito Missas para o seu alívio, porque durante a sua vida mortal, mandou
celebrar oito Missas por uma alma do Purgatório".
O pároco faz referência que Maria Simma insiste muito para que
se rezem para ajudar os moribundos.
"Segundo aquilo que dizem as almas do Purgatório",
escreve o pároco, " muitos vão ao inferno porque
se reza pouco por elas... Maria Simma, viu um dia, muitas almas
suspensas, equilibrando-se entre o inferno e o Purgatório".
" As almas do Purgatório se preocupam muito por nós e pelo
Reino de Deus(é sempre o pároco que escreve) . Não temos as provas de
certos advertimentos que essas disseram a Maria Simma".
Aquilo que se segue ( continua o pároco) foi tirado de suas anotações:
b)
Educação dos filhos
" Não serve de nada lamentar-se dos
tempos que estamos atravessando. É necessário dizer aos pais, que esses
são os principais responsáveis. Os pais não podem prestar um pior serviço
aos filhos, que dar-lhes tudo aquilo que eles querem, dando-lhes tudo
aquilo que eles desejam, simplesmente porque ficam contentes. O orgulho
poderá criar raízes no coração de uma criança. E, mais tarde, quando a
criança começar a ir à escola, não saberá nem sequer rezar um Pai Nosso,
nem fazer o Sinal da Cruz. A respeito de Deus, muitas vezes, não sabem
absolutamente nada. Os pais se desculpam dizendo que isto é trabalho para
os catequistas e para os professores de religião...
Quando o ensinamento religioso não se começa desde a infância,
será difícil ter religião mais tarde.
" Deveis ensinar as crianças a renunciar! Porque que hoje
existe esta indiferença religiosa? Esta decadência moral? Porque as
crianças não aprenderam a renunciar! Esses se tornam mais tarde,
descontentes, homem sem discreção, que querem e desejam tudo. E também
provoca muitos desvios sexuais, as práticas e os assassinatos por meio dos
anticoncepcionais. Tudo isso clama a ira de Deus!
Quem não aprende a renunciar desde criança, se torna egoísta,
sem amor, tirânico. Por este motivo, hoje, existe tanto ódio e falta de
caridade. Queremos ver tempos melhores? Então comecem a educar suas
crianças".
"Se peca de uma maneira assustadora contra o amor ao próximo,
sobretudo com a maledicência, o engano e a calúnia. De onde se começa? No
pensamento. É preciso aprender estas coisas desde a infância e tentar
evitar imediatamente os pensamentos contrários à caridade. Deve-se
combater logo, os pensamentos contra a caridade; e fazendo assim, não
correrá o risco de julgar os outros sem caridade".
c) Dever do apostolado
"Para todo católico o apostolado é um dever.
Alguns o exercita com a vocação, outros com o bom exemplo. Nós,
comentamos que muitos fazem discursos contra a moral e a religião. Por
que então se calam? Os bons devem defender as suas convicções e
declarar-se cristãos... Todo cristão deve buscar com empenho o Reino de
Deus e esforçar-se para fá-lo progredir, de outra maneira os homens não
terão a abertura de reconhecer o governo da providência. A preocupação da
alma não deve ser sufocada por aquela exagerada do corpo...".
Para mim é um prazer encerrar aqui esta parte. Tendo recolhido
no relatório do pároco ( ao qual agradeço de coração ), podemos portanto
ver também entre as páginas do diário de Maria: existe nesse uma
sabedoria que não vem do mundo, mas das almas que a instrui!...
Eu vos digo, que para mim foi verdadeiramente um prazer
conhecer Maria Simma, uma mulher, cuja vida foi toda doada. Cada segundo,
cada hora da sua vida, tem verdadeiramente um peso de eternidade, não
somente para ela mesma, mas para tantas e tantas almas, conhecidas e
desconhecidas, que ela, de várias maneiras e com tanto amor, tem ajudado a
libertar-se do Purgatório e a chegarem à felicidade eterna no céu.
UMA PROPOSTA PARA TODOS
Agora eu tenho uma proposta para fazer a todos aqueles que
irão ler este belo livro de tão solenes e maravilhosos testemunhos. A
proposta é esta: de tomarmos a decisão de nenhum de nós irmos para o
purgatório. Isto é verdadeiramente possível. Nós temos tudo nas mãos.
Recordo-me de um pensamento de São João da Cruz que diz que a
providência de Deus provê sempre, na vida de todo homem, a purificação
necessária, a fim de que, quando chegarmos no momento da morte,
possamos ir diretamente para o céu. A providência coloca nas nossas vidas
bastante contrariedades, provas, sofrimentos, doenças e faz com que esses
meios de purificação sejam suficientes para nos conduzir, se assim
quisermos ir para lá (o Céu). Mas por que esses meios não são tantas
vezes utilizados? Porque nós nos rebelamos, não acolhemos com amor, com
reconhecimento, este presente valorosíssimo que são as provas e os
sofrimentos na nossa vida, e os perdemos por causa das nossas rebeliões e
pela não submissão. Agora, peçamos ao Senhor, a graça de saber acolher
verdadeiramente cada ocasião, a fim de que no dia da nossa morte, Jesus
nos veja resplandescentes de beleza e de pureza. Certamente se nós
decidirmos isto, não digo que o caminho será fácil, pois o Senhor jamais
disse que seria, jamais prometeu a facilidade, mas o caminho será na paz
e será um caminho de encontro a felicidade, este sim. O Senhor estará
conosco, sobretudo se quisermos aproveitar o tempo que nos resta aqui na
terra, tempo este tão precioso, durante o qual nos é agora concedido
crescer no amor; e crescer no amor quer dizer crescer na glória da vida
futura e na beleza que nos é destinada. Em cada instante nós podemos
crescer no amor, enquanto que as almas do purgatório não podem fazer mais
nada por si mesmas. Cada ato de amor que nós oferecermos ao Senhor, cada
pequena renúncia, cada pequeno jejum, cada pequena privação, cada luta
contra nossas tendências e contra os nossos defeitos, os pequenos perdões
aos nossos inimigos, em suma, todas as pequenas coisas que possamos
oferecer, será para nós, mais tarde, um ornamento, uma jóia um
verdadeiro tesouro para a eternidade. Agora acolhamos cada ocasião para
sermos belos como Deus deseja desde já que o sejamos. E se víssemos, em
plena luz, o esplendor das almas puras, o esplendor de uma alma que é
purificada, nós choraríamos de alegria, de maravilhados, tanta é a sua
beleza. Uma alma humana é qualquer coisa de esplendido, diante de Deus, e
é por isto que Deus nos deseja perfeitamente puros. A nossa pureza não
consiste em não havermos cometido jamais erros em nossa vida, mas em saber
arrepender-nos dos que cometemos e em sermos humildes. Vejam! Isto é
muito diverso. Os santos não são pessoas impecáveis, mas são aquelas que
sabem levantar-se e pedir perdão cada vez que caem. Agora, acolhamos
também, nós todos, esses maravilhosos meios que o Senhor colocou em
nossas mãos para ajudar as almas do purgatório, que ainda sofrem por não
terem chegado até Deus. Não esqueçamos que a oração das crianças tem um
poder imenso no coração de Deus. Ensinemos as crianças a rezarem.
Lembro-me de uma criança da qual haviam falado as almas. No final, haviam
dito: “Agora tu rezas pelas almas de todos os teus familiares e de todos
os teus amigos que já morreram. Não queres tu andar diante de Jesus para
rezar por elas? “ Ela foi diante de Jesus e cinco minutos depois retornou
e eu lhe perguntei: “Que coisa pediste ao Senhor?” Ela me respondeu: “Eu
pedi para libertar todas as almas do purgatório!"
Esta resposta me deu tanta ternura, porque eu fui um pouco
mesquinha na minha pergunta, a pequena em vez, entendeu rápido que coisa
precisava pedir. As crianças têm verdadeiramente esta sensibilidade
imediata, e têm muito poder sobre o coração de Deus.
Queria dizer também que os aposentados, e todos aqueles que têm
o tempo livre, andassem mais assiduamente à S. Missa, poderiam acumular
sufrágios não somente para eles, mas também para os seus falecidos e por
milhares e milhares de almas. O valor de uma só Missa, é incomensurável.
Ah, se todos se dessem conta!...
Quantas riquezas nós perdemos, por causa da nossa ignorância,
da indiferença, ou simplesmente pela nossa preguiça!
E dizer, que temos em nossas mãos o poder de salvar os nossos
irmãos, tornando-se nós mesmos co-redentores, junto com Jesus nosso
salvador e redentor!...
****************************************************************************************************
Maria Simma, que hoje tem 81 anos* por um singular Dom de Deus,
há cinqüenta anos é visitada pelas almas do purgatório.
Que coisas dizem essas almas?
Os testemunhos reportados por Irmã Emmanuel foram recolhidos
de viva voz de Maria Simma, e nos faz refletir muito, e quem sabe poderá
ajudar alguns de nós a mudar de vida, e começar a viver de uma maneira
diferente, segundo o desejo de Deus...
Padre Matteo La Grua
*OBS: Essa entrevista foi feita quando ela tinha essa idade, 81 anos. Ela faleceu em 2004, no dia de Sao Jose, do qual era devota.
Fonte: http://medjugorjebrasil.com
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